sábado, 29 de janeiro de 2011

Como gerir as tensões

Não adianta nos escondermos buscando fugir da vida

Todo e qualquer ser humano que, de fato, vive no século XXI, tem de aprender a lidar com constantes e intensas tensões.

Estamos no século do estresse, das doenças psicossomáticas (depressão, etc.), dos gigantescos congestionamentos no trânsito, da competitividade elevadíssima no mercado de trabalho, entre outras cobranças do tempo.

É inevitável, a tudo isso temos que dar uma resposta todos os dias. Tais tensões se aglomeram sobre nós, e tudo de maneira rápida e exigente demais para nos permitir pensar e refazer adequadamente nossas forças e esperanças.

Vivemos em um mundo de embates e cobranças, e isso em todas as circunstâncias e para todo gênero de pessoa. É comum que já nasçamos – de uma forma ou de outra – sendo exigidos pelas circunstâncias que configuram nossa realidade.

Diante de tal cenário não adianta nos escondermos buscando fugir da vida e dos desafios que ela comporta, ao contrário, faz-se necessário encontrar uma maneira sábia e encarnada para gerir as tensões que se lançam sobre nós.

Sempre enfrentaremos tensões – é ilusão crer no contrário –, contudo, é preciso aprender a conviver bem com essa companheira de nosso tempo, administrando coerentemente nossos excessos e ausências.

Há quem lide com suas tensões cotidianas desafogando-as em vícios, outros em uma vida promíscua e depravada (adultério, pornografia, etc.), alguns ainda em mentiras e fugas multiformes. Quem não fabrica um jeito sábio e correto – sob uma luz Maior – para gerir suas tensões, acabará por se tornar escravo destas, se escondendo em supostas "válvulas de escape" que lhe roubarão de sua verdade e liberdade.

Todos precisamos gerir/aliviar nossos desencantos e tensões, todavia, permanece sobre nós a possibilidade da escolha de como isso realizar. Se elegermos o erro – em linguagem teológica, o pecado – como via de gerência destes embates da vida, esse se tornará para nós um enorme laço que nos ocultará do que somos.

É necessário gerir as tensões com inteligência, descobrindo no bem, maneiras sadias de renovar as próprias energias e disposições.

Quem confia seus dissabores a uma Força que lhe supera e abarca, poderá com certeza, impulsionado por tal gerência, superar e administrar com excelência sua própria existência e as lutas nela contidas.

Como temos gerido nossas tensões? Que cada um se pergunte e, posteriormente, lute para fabricar a melhor forma de fazê-lo. Não permitamos que nossas tensões nos governem, mas aprendamos a geri-las com sabedoria e profundidade, descobrindo maneiras sadias para equilibrar nossas lutas e gastar nossas energias somente com aquilo que nos é essencial.

Gerir as próprias tensões com sabedoria é uma verdadeira exigência em nosso tempo. Busquemos empreender com perseverança e empenho tal realidade, para podermos saborear os belíssimos frutos de tal conquista.

Adriano Zandoná

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