sexta-feira, 17 de junho de 2011

Ex-dep. Carli Filho vai a júri

Os Desembargadores do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, nesta
quinta-feira (16.6) julgaram o recurso da defesa de Carli Filho, feita
pelo Criminalista René Ariel Dotti e repeliram as teses defensivas que
sustentavam que I- o ex-deputado Carli Filho estava na via preferencial
e que portanto a culpa seria exclusivamente das vítima, e; II- que o
caso deveria ser desclassificado para homicídio culposo. Conseguiram,
contudo, por influência de recente decisão do STF em outro caso, que
fossem afastadas as qualificadoras dos homicídios que passam a ser
enquadrados como "duplo homicídio doloso eventual" (sem a
qualificadora). O defensor destacou em sua fala que a tragédia alcançou
também e definitivamente o réu e seus familiares, ocasionando a renúncia
ao seu mandato eletivo, entre outras considerações, que o acusado nunca
quis e nem assumiu o risco de causar as mortes das vítimas. O julgamento
foi um dos mais longos do Tribunal de Justiça do Paraná. O advogado da
acusação, criminalista Elias Mattar Assad, fez uso da palavra onde
sustentou a necessidade de ser mantida a decisão de remessa do caso para
julgamento pelo Tribunal do Júri. A família Yared que estava presente ao
julgamento recebeu com emoção o resultado e não vai recorrer pois o que
busca é que o ex-deputado seja julgado pelo tribunal do júri e isto foi
mantido integralmente com acusação de duplo homicídio doloso eventual,
que tem como pena um mínimo de seis e um máximo de 20 anos para cada um
dos dois crimes de morte protagonizados pelo réu. Ainda, pela regra do
artigo 70 do Código Penal, a futura pena a ser aplicada, pelo segundo
crime, pode ser aumentada até a metade. A pena ainda assim poderá em
tese ir de 9 a trinta anos, arrematou Assad. A acusação estima que o
tribunal do júri de Curitiba poderá julgar o caso ainda no segundo
semestre deste ano.

Nayara Giazzon
Assessora de Imprensa

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