Façam suas apostas. A luta do século começou a ser travada em Brasília. De um lado, um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e do outro lado, o ex-presidente Lula. No meio um disse-me-disse. E no geral a dúvida sobre quem está falando a verdade.
Mas tenho quase certeza que vão aparecer pessoas que ainda irão achar que a culpa disso tudo é da imprensa, é da revista Veja, que deveria não ter visto nada, é do estagiário, do efeito estufa e do que deveria ter sido e não foi.
Realmente não foi o melhor momento de o ex-presidente abrir a boca. Aliás, nunca foi. Ele deveria ter nascido mudo. Porque de cego basta seus defensores. Mas mudo eu não vou ficar. Vou logo avisando.
Esse episódio não pode conseguir desestabilizar o que já está frágil, a República. Temos que tentar fazer com que, por mais alto que um ruído possa ser, este não possa tirar a concentração de quem quer fazer o que tem de ser feito, entre outras coisas, acabar com a mística e julgar de vez o mensalão.
Deixe então o Lula falar, espernear, bater o pezinho, ficar de bico, não importa. O tempo dele já foi. É passado. É história. Se nem a presidente do momento (assim espero) opinou ou sequer abriu a boca para avaliar se é ou não hora de se julgar o mensalão, quem ele pensa que é para achar alguma coisa? Aliás, se depender dele nunca será o momento de se julgar nada.
Veja bem. Veja mal. Veja sim. Veja não. Que época é essa?
Deveria ser cada "ex" no seu quadrado!
Só que não foi bem assim. Deveria ter sido, mas não foi.
Pelo menos na foto tá cada um no seu quadrado!
Parece até ficção, dessas de filme "trash", mas não é. E não é mesmo nem uma coisa nem outra. Nem ficção nem filme "trash". É a mais pura realidade. Mas uma realidade puramente "trash". A cara de Brasília por sinal.
Como um ex-ministro do Supremo e do governo Lula, Nelson Jobim, aceita fazer papel de cupido entre o ex-presidente Lula e o ministro do Supremo, Gilmar Mendes? O que pode ter passado na cabeça dele? Que os dois iam trocar receitas de bolo? Falar sobre o Corinthians? Ou jogar Banco Imobiliário? Francamente, boa coisa não seria. E deu no que deu.
Agora o episódio fez surgir mais um pedido de investigação por parte da oposição à Procuradoria Geral da República sobre o encontro no escritório de Jobim.
É tudo que precisávamos. Acasos assim não podem acontecer. Não da maneira que foi, na época em que estamos e com questões graves sendo discutidas no STF.
Claudio Schamis
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